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Gean Ramos

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The Kiss, 1969

Filosofando

Pablo Picasso - The Kiss, 1969

(Imagem: Pablo Picasso - The Kiss, 1969)

Nascido na Espanha e criado na França, Pablo Picasso é considerado um dos mais importantes artistas do século XX, e o principal representante do movimento cubista, que inovou a arte na época.

  • Com 78 anos de carreira, Picasso inspirou-se em momentos pessoais para criar suas obras, pintando mais de 13 mil quadros.

No final da sua vida, retratos de casais tornaram-se praticamente uma obsessão. Não à toa, o “The Kiss”, pintado em 1969, é uma das obras mais emblemáticas da sua carreira.

Não hesitando em deformar os rostos para aproximá-los, Picasso explicou que “dos dois, ele faz apenas um, para expressar a fusão íntima que ocorre durante o ato de beijar”.

Observando o quadro, a gente enxerga que os narizes se moldam em um único contorno, as bocas se mordem e os olhos até sobem pela testa. É como se um devorasse o outro.

Mas nem todo beijo é assim. Nas palavras de Fabrício Carpinejar, “se um não está apaixonado, o beijo é uma boca sem ritmo. Uma boca sem repetição. Uma boca sem vizinho, sem ouvido, uma boca acenando porque esqueceu de seguir”.

  • Mas o beijo apaixonado é aquele que entrega. É aquele que não tem o gosto da boca e sim o gosto do amor.

E não tem racionalidade que explique isso. Finalizando com Martha Medeiros, o “beijo é maravilhoso porque você interage com o corpo do outro sem deixar vestígios, é um mergulho no escuro, uma viagem sem volta”.