Felizes na Simplicidade
Passei por muita coisa na vida e agora penso que encontrei o que é necessário para a felicidade. Uma vida tranquila e isolada no campo, com a possibilidade de ser útil à gente para quem é fácil fazer o bem e que não está acostumada que o façam; depois trabalhar em algo que se espera ter alguma utilidade; depois descanso, natureza, livros, música, amor pelo próximo - essa é a minha idéia de felicidade. E depois, no topo de tudo isso, você como companheira, e filhos talvez - o que mais pode o coração de um homem desejar? *- Leon Tolstói*
O trecho é do livro Ressurreição, do escritor russo Liev Tolstói, que ficou conhecido pelos romances “Guerra e Paz” e “Anna Karenina”.
- Na passagem citada, ele revela uma visão profunda de busca por uma felicidade simples, longe das pressões e do tumulto da cidade.
Em tempos de TikTok, Instagram e metas de final de ano, a gente fica cada vez mais distante dessa “vida simples”. A gente passa o dia inteiro rolando o feed — e esquecemos de viver o “aqui e agora”.
A gente se compara à fulana que está mais magra, ao ciclano que está mais bem sucedido, e ao beltrano que viajou pra 10 países diferentes no último ano.
A gente cria uma lista de metas e desejos, colocamos o ideal de vida do outro como uma necessidade nossa, e esquecemos de nos perguntar: “será que essa vida está me fazendo feliz?”
- Para Tolstói, depois de passar por muitos sofrimentos e reflexões, a felicidade seria uma síntese de valores, buscando paz e harmonia com a natureza.
Trabalhar em algo útil, que tenha valor para os outros, reflete uma visão de vida em que a utilidade prática se alinha à realização pessoal. O trabalho aqui não é visto como uma obrigação árida, mas como uma forma de contribuição significativa para a comunidade, algo que traz satisfação e significado.
O descanso, a natureza, os livros e a música também indicam uma vida rica em cultura e reflexão, em que o tempo para a contemplação e a introspecção são fundamentais.
Por fim, ao falar da presença do amor e dos filhos, ele indica o desejo de compartilhar essa vida de simplicidade e beleza com os outros. Afinal, como já dizia Tom Jobim, “é impossível ser feliz sozinho”.
É claro que isso não é um chamado pra você abrir mão de tudo e ir morar no campo, mas um lembrete de que a felicidade se esconde nos gestos mais sutis, na suavidade do cotidiano que muitas vezes passa despercebido.
- Pra ser feliz, você não precisa ter o corpo dos sonhos, o carro do ano ou ser um empresário de sucesso.
No final das contas, a felicidade é uma paz sem alarde, um contentamento que não exige mais do que o presente. Não está nas grandes conquistas, mas nos pequenos detalhes do dia a dia.
Finalizando com as palavras da Martha Medeiros
“faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade.”