Ressaca Emocional: Reflexões e Arrependimentos

E aí, já acordou todo bagunçado? Ideias embaralhadas, sensações físicas esquisitas e aquele nó na garganta? Bom, eu sei bem como é. E não é a primeira vez que passo por isso.

Era domingo, o famoso “dia mundial dos arrependimentos”. Deve ser coisa das noites de sábado, né? Sempre ouço histórias de noitadas intensas, e 90% delas acontecem no sábado. Acordei meio zonzo, ainda naquele transe. A cama gigante parecia um território desconhecido, mas tinha uma presença familiar ali. Estranho? Com certeza. Mas não era a primeira vez.

Levantei arrastado, corpo pesado, pernas que se recusavam a colaborar. Me olhei no espelho e vi um reflexo digno de pena. Até o chuveiro, que não esquenta, parecia protestar. Água fria na veia! Cumpri as tarefas matutinas como um zumbi, só para voltar ao epicentro da minha ressaca. E fiquei ponderando, tentando achar um motivo para resgatar os sentimentos da noite anterior. Claro, sabia que não era a primeira vez.

O corpo tem dessas. Você pode viver uma vida inteira sem alergias e, de repente, ficar alérgico a camarão como um castigo. Dá adeus a um dos maiores prazeres gastronômicos. A mente também é traiçoeira: em momentos de estresse, você diz coisas horríveis para quem não merece. E o coração? Não fica de fora. Certeza que é um caso de fraqueza coletiva do corpo.

Já experimentou uma overdose de paixão? Mergulhar com tudo numa pessoa, a ponto de se afogar nela, mesmo que por uma noite? Dizem que amor verdadeiro leva tempo, mas não é bem assim. Quem se importa com o segundo nome da mãe ou o hospital onde a pessoa nasceu? Isso é só protocolo. Pessoas intensas atravessam o deserto do desconhecimento amoroso com um toque, um beijo. Aquela vontade de parar o tempo para não ter que se despedir, de fundir almas, de largar tudo e fugir. É, eu sei como é. E não era a primeira vez.

Só tem um problema: como toda ressaca alcoólica, o dia seguinte chega para uma paixão passageira. Organizar tudo de novo é complicado. Não dá para vomitar o amor que você consumiu (quem dera se desse!).

Recolhi tudo o que ficou jogado. Aquela presença não estava mais lá, mas andava comigo em cada rua, em cada notificação no celular. O gosto amargo do adeus ficou. O nó na garganta também. E os pensamentos turvos. Porque, né, nada é claro quando se trata de amor. Apesar da ressaca, a vontade de fazer com que não fosse a última vez era maior. Porque, no fundo, eu sei que estamos aqui para nos reencontrar.

Aquela não era nossa primeira vez.

Palavras-Chave

1. Ressaca emocional
2. Paixão intensa
3. Reflexões amorosas
4. Domingo de arrependimentos
5. Recupere-se do amor