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Gean Ramos

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pré dia dos namorados

FILOSOFANDO

casal perto do rio em uma manha de pesca

Querido amor,

Há um tempinho que venho querendo trocar uma ideia contigo. Mas tu tás em tantos lugares e envolvido em tantas coisas que fiquei numa sinuca de bico sobre qual tua versão eu deveria abordar.

Até que caiu a ficha de que, talvez, tu seja sempre o mesmo. A real é que é minha visão de ti que vai mudando.

Quando era cria, achava que tu tinha um quê de mágica. Tipo assim, literalmente. Daquelas paradas que simplesmente acontecem, sem explicação nem esforço.

Tipo nos filmes da Disney: tu aparecerias pra resolver qualquer perrengue, até mesmo virar o antídoto pra uma maçã envenenada.

Aí veio a adolescência e as coisas se complicaram um tiquinho. Tu começaste a criar ilusões.

Pensei que tu eras “um sentimento novo”, mas percebi depois que só estavas me ensinando a sentir, sacas? Me ensinando a me amar.

Na época, eu não tava ligado nisso. Passei anos me perdendo de mim pra te encontrar (sem nem sacar que tu sempre estiveste ali). Tu só tava tentando me mostrar o que tu não eras.

Aí eu fui pra faculdade, mudei de país, e tu me fez passar por altos e baixos de novo. Tu me ensinou que tu não és essa inconstância toda, que sem um diálogo maneiro, tu te escondes.

E foi aí que o estalo aconteceu: tu não és tudo de ti até que eu seja tudo de mim. Quando decidi ser, finalmente te entendi de verdade.

A gente se aproximou mais e eu pude tirar minhas próprias conclusões sobre ti. O pessoal fala que tu és um sentimento, mas agora que te conheço mais de perto, saco por que tu viras verbo: amar.

Tu és verbo porque és ação. Não és essa mágica que eu imaginava na infância. Mágica é ilusão, tu és a real! Hoje eu valorizo tua essência.

Se fosses mágica e conto de fadas, terias tanto valor assim? Escolher ter-te na vida, todos os dias, te faz ainda mais especial.

Quando faço dois cafés ao invés de um, às 5 da manhã, sinto tua presença.

Quando mando uma mensagem: “Bom Dia”, tô conectado contigo.

Sinto tua vibe quando te escuto sem dizer nada, quando vejo um filme de ação mesmo sem curtir, ou quando me pego gostando de um pagodezinho.

Ao longo dos anos, tu me ensinaste um monte de coisas. Às vezes, me testaste. Eu te dei brecha pra me moldar.

Tu me mostraste que, pra merecer-te, às vezes tenho que ceder um pouco. Acho que querias que eu aprendesse com os meus vacilos, ao invés de ter tudo de bandeja.

Mas a grande lição que tirei contigo é que não te acho lá fora, se antes não te encontrar aqui dentro.

Pra sempre teu.