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Gean Ramos

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Coadjuvante ou protagonista? Seja a Estrela do Seu Filme.

GIF: Legalmente Loira

Imaginem o seguinte cenário: Uma amiga te recomenda um filme novo que acabou de estrear. Você, que adora ir ao cinema — ainda mais sozinha — não perde tempo e compra o ingresso.

Você chega na sala escura. Com um balde de pipoca metade salgada e metade doce, localiza seu assento. Passa na frente de umas pessoas que já estão acomodadas e senta no lugar designado a você.

  • O filme começa. A protagonista é uma pessoa mediana. Não há nada especial sobre ela, nem sua visão de mundo, ou sua história de pano de fundo.

Ela é uma pessoa sem conflitos, problemas, questões. A história é sobre a vida dela — na qual nada de especial ou interessante acontece. Seus dias são marcados pelo marasmo de uma rotina comum.

Ela se levanta, realiza suas atividades sem problemas, a não ser os mundanos, como pagar contas, pegar trânsito, deixar a torrada cair com o lado da geleia pra baixo.

Ela não extrai nada desses acontecimentos, afinal, todos são corriqueiros e bobos. Seus encontros são simples, sem demoras naqueles que não vê futuro. Seus relacionamentos rasos, sem trocas profundas. Não há choro, gargalhadas altas, aflições, crises. Nossa protagonista nunca ouviu falar de angústia ou ansiedade.

  • No filme não pode haver clímax, porque isso exigiria fatos de maior ou menor relevância. Não há emoção — nem boa, nem ruim.

Você não sente nada. É só um apanhado de ações, em que, por não haver parte negativa ou positiva, não há avaliação possível sobre aquele enredo. A pipoca acaba, mas o filme demora pra chegar ao fim. E, quando chega, não tem mensagem, aprendizado.

Você recomendaria esse filme a alguém? Eu certamente não. Assim como não recomendaria que alguém se contentasse em ser a protagonista dessa história.

Eu tenho uma tese desde muito novinha de que, quando morremos, sentamos ao lado do criador pra ver o “filme da nossa vida”. Eu não sou religiosa e talvez nem seja uma pessoa muito espiritualizada. O sentido da nossa passagem pela Terra eu não sei dizer, mas acho que assistir pelo menos os nossos “melhores momentos” é um direito que galgamos por termos ficado aqui.

E quando eu chegar lá em cima, quero ver uma história cheia de plot twists. Um filme com comédia, drama, ação, suspense e romance em uma só sessão — o terror a gente pode pular, tá?

  • Quando acabar, quero levantar e aplaudir até a última linha dos créditos, sair emocionada, ligar pra todo mundo que eu amo e me declarar.

OK, você não precisa ser tão intenso quanto eu, mas veja só: todos os filmes dos quais gostamos (ou até os que nos despertam um desgostar) têm a presença de um conflito, uma questão, um movimento, sabe?

Para haver um “final feliz”, é preciso que quem chegue lá tenha conhecido o outro lado — os problemas, a chateação, a busca. Estou falando de valorizar nosso ponto final porque lutamos por ele e o quisemos de coração.

Que filme chato deve ser aquele em que a recompensa não é merecida. Em que os problemas não nos ensinam. Em que a vida não nos faz gratos por ter nos mostrado a dificuldade.

Todo bom filme, livro, piada, história, ou tirinha de jornal que seja carrega consigo um momento turbulento. Os momentos turbulentos são como limões que a vida dá.

  • A alternativa 1 é cortá-los ao meio e espremer nos olhos. A segunda é fazer uma caipivodka saborosa e refrescante.

É só saber aproveitar que eles passam a fazer todo sentido. E não só isso: Eles se tornam necessários, verdadeiras escadas para o andar mais alto do nosso sucesso.

Se você está vivendo um momento turbulento, seja no seu relacionamento, trabalho, ou em qualquer outro aspecto, saiba que é o momento do filme em que a protagonista acha que tudo está perdido. Mas nunca está, né?