Já temos muito
Outro dia, me peguei olhando para as minhas xícaras e pensando em como preciso (contém ironia) comprar uma daquelas de cerâmica super fofas que estão viralizando nas redes sociais.
- Até que me dei conta: por que será que a gente sempre quer o que ainda não tem? Então me perguntei: e se, em vez disso, a gente passasse a querer mais as coisas que já temos?
Imagine acordar todos os dias e olhar para o que você tem como se fosse a primeira vez. Seu sofá não seria apenas um lugar para se sentar, mas um trono de conforto. Sua caneca de café favorita se transformaria em um objeto de pura admiração. E aquelas fotos na geladeira, que você já nem nota mais, ganhariam novas histórias e significados a cada olhar.
Mas como fazer isso? Como aprender a querer o que já temos? Talvez a chave esteja em mudar nossa perspectiva. Em vez de olhar para o que falta, olhe para o que está presente. Em vez de buscar a próxima novidade, redescubra a beleza e a utilidade do que já é seu.
Isso não serve só para coisas materiais…
Vamos mais além. E se aplicarmos essa ideia aos nossos relacionamentos? Em vez de procurar a próxima amizade ou o amor perfeito, por que não investir mais nas relações que já temos?
Dedicar tempo e energia para fortalecer esses laços que, por muitas vezes, se enfraquecem justamente por isso: não nos dedicamos a eles. Muitos deixam de lado os gestos de carinho do início de um relacionamento, e os substituem por trocas ríspidas e grosseiras.
- Maturidade é perceber que o que está fora nunca é tão glamoroso quanto imaginamos, e que o que já temos é incrivelmente valioso.
Maturidade é reconhecer que onde estamos, as pessoas ao nosso redor, as bênçãos que temos, contêm tanta abundância que seria difícil absorver tudo se realmente parássemos para sentir.
Sempre haverá algo novo que desperte nosso desejo. Isso é parte da condição humana. Desde o início dos tempos, imitamos aqueles no topo da hierarquia, desejando os objetos e símbolos que eles possuem.
Mas não precisamos estar sempre em busca, sempre desejando mais. Podemos desenvolver resiliência a esse desejo constante. Podemos parar e simplesmente estar onde estamos, aproveitando o que já temos.
- Isso não significa que devemos abandonar nossas ambições, mas sim que devemos equilibrá-las com a apreciação do presente.
Quando queremos o que já temos, nada pode roubar nossa paz. Essa é a verdadeira vitória: não se deixar levar pela ansiedade que muitos sentem em uma busca incessante. Desenvolver internamente o que tantos procuram fora de si mesmos.
Celebrar o que está presente, não só ansiar pelo que está por vir. Evitar se perder tanto no futuro a ponto de negligenciar o presente. Reconhecer que o que temos e onde estamos é mais do que suficiente.
Ao adotarmos essa mentalidade, nos tornamos receptivos a tudo o que o universo nos dá. Perceba, ele tem te dado muito, talvez você só não esteja percebendo, distraído com o que ainda não tem.